Uma investigação do Ministério Público desvendou um esquema de corrupção comandado de dentro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), com ramificações que chegaram ao Piauí. No centro da operação está Francisco José da Costa, mais conhecido como “Chiquinho”, que exercia o cargo de chefe do setor financeiro da estatal mesmo sendo réu em outro processo criminal.
A ofensiva, batizada de Operação Coringa, foi deflagrada nesta quinta-feira (12/06) e resultou na apreensão de R$ 1 milhão em espécie, escondidos dentro de uma caixa de papelão em um supermercado ligado à família de Chiquinho, na cidade de Batalha (PI). O local, segundo os investigadores, servia como rota de escoamento para o dinheiro obtido de forma ilícita.
Formado em contabilidade, o servidor público teria utilizado sua função para beneficiar empresas com prioridade em pagamentos e liberação de recursos públicos, em troca de vantagens financeiras pessoais. O favorecimento ocorria em contratos firmados pela Novacap, com pagamentos acelerados às construtoras que integravam o esquema.
Mesmo já tendo sido denunciado anteriormente, Francisco José ainda ocupava cargos estratégicos e tinha o privilegiado ao setor financeiro da companhia. Entre as funções que exerceu estão diretor executivo e chefe de contabilidade.
A rede criminosa também envolvia parentes próximos. De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a esposa e irmãs do servidor estavam diretamente ligadas à lavagem de dinheiro, operando valores em espécie e realizando transferências suspeitas.
Com base nas provas reunidas, a Justiça determinou o afastamento imediato de Chiquinho do cargo público, além do bloqueio de seus bens. Também foram congeladas contas bancárias ligadas aos envolvidos, além de uma aeronave e uma embarcação de alto valor.
Fonte: 180 Graus
